Minhas senhoras e meus senhores,
Caros amigos,
Muito obrigado por estarem aqui esta noite. Obrigado por me receberem no Porto, nesta magnifica sala.
A vossa presença, neste momento tão especial, significa muito para mim — e para o futuro que queremos construir juntos.
Agradeço especialmente ao Dr. Rui Rio a sua presença e a coragem demonstrada, mais uma vez, ao aceitar ser meu mandatário nacional.
Vi sempre no Dr. Rui Rio um homem íntegro, do centro. Um homem equilibrado, com grande sentido de Estado, que esteve disponível para o diálogo e para contribuir para as reformas de que o país necessita, enquanto líder da oposição no passado e ao longo da sua extensa atividade política.
É verdadeiramente um homem que encarna o melhor das gentes do Norte e estou muito grato por ser o meu mandatário Nacional, muito Obrigado! Bem- haja Dr. Rui Rio para quem peço uma calorosa salva de Palmas.
Estamos hoje aqui, num ambiente de partilha, de comunhão, porque é disso mesmo que se trata: partilhar uma visão, uma ambição e uma vontade profunda de fazer mais e melhor por Portugal.
Apresento-me aqui, hoje, perante vós, enquanto candidato à Presidência da República.
Faço-o hoje, apenas dois dias depois de ter apresentado oficialmente a minha candidatura em Lisboa, numa sala cheia, com muitos jovens, homens e mulheres. Uma sala como esta, cheia de esperança.
Falo-vos com a experiência de quem serviu o país em contextos difíceis, em missões exigentes, com coragem e sentido de dever.
Falo-vos com a inquietação de quem quer ver o país avançar. De quem acredita que juntos conseguiremos ultrapassar os maiores desafios.
Faço-o no Porto — cidade de trabalho, de resistência e de liberdade — de onde partiram grandes impulsos de mudança para o nosso país.
Portugal precisa de esperança, precisa de valorizar os Portugueses.
Precisamos de valorizar e respeitar quem serve o país e os portugueses. Falo dos nossos médicos, enfermeiros e outros profissionais de saúde; falo dos professores, dos militares e dos polícias — pessoas que nem sempre são tratadas com o respeito e a dignidade que merecem.
Precisamos de voltar a acreditar no Estado, de reconhecer o seu papel crucial na Educação, Saúde, Justiça, Segurança e organização da vida em sociedade. Todos temos de contribuir. Um Estado melhor não é e não poderá ser impeditivo de uma sociedade livre, onde a livre iniciativa, a propriedade privada e a inovação sejam respeitadas e apreciadas sem invejas.
Respeitar e dignificar o papel do Estado é fundamental para se reconstruir a confiança dos portugueses nas instituições.
Minhas senhoras e meus senhores,
O maior desafio dos nossos tempos é a economia. Sem uma economia pujante, competitiva, não podemos distribuir prosperidade nem manter o Estado Social que tanto nos custou a conquistar.
Hoje, mais de 30 anos depois do Programa Especial de Realojamento nas Áreas Metropolitanas de Lisboa e Porto, voltamos a ter um grave problema com a habitação. As famílias lutam de novo por habitação digna, sem que consigam respostas para os seus anseios.
Os salários parecem ser cada vez mais curtos e tendem a não chegar ao fim do mês.
Portugal tem talento. Tem criatividade. Tem História. Mas falta-lhe escala, produtividade e ambição. Não podemos continuar a aceitar salários baixos, serviços públicos sob pressão. Não podemos baixar os braços perante a indiferença.
Juntos, temos de construir uma economia mais competitiva, mais inovadora, mais voltada para o futuro.
Acredito que devemos promover uma economia do conhecimento, que valorize o talento e a educação, e invista na tecnologia. Onde empreender não seja uma luta contra a burocracia. Onde educar seja formar para o mundo global e competitivo de amanhã — e não para o desemprego ou para a emigração.
Portugal não tem de ser pobre, nem tem de ser pequeno. Temos uma posição única no mundo, entre a Europa e o Atlântico, e isso é uma oportunidade para sermos um país mais aberto, próspero, moderno e respeitado no mundo.
Temos de libertar o potencial do país. Atrair investimento com inteligência, dar estabilidade a empresários e cidadãos, reformar a justiça e modernizar o Estado. Só assim poderemos pagar melhores salários, fixar os nossos jovens e garantir o futuro do Estado Social.
Precisamos também de nos libertar de “velhos do Restelo” e de fantasmas do passado. Aproveito a oportunidade para chamar a vossa atenção sobre uma reação corporativa e profundamente antidemocrática, que tenho vindo a assistir nos últimos tempos. Uma reação de uma determinada franja da sociedade instalada.
Se por um lado são arautos da democracia e apelam à resistência e ao dever cívico dos cidadãos para participarem ativamente na política e na vida da comunidade; por outro atacam ferozmente qualquer cidadão que atente imiscuir-se na definição política que eles próprios criaram. A política não é um clube fechado onde só se entra por convite, muito menos poderá estar refém de qualquer casta. A democracia não é isso!
Se os Portugueses me escolherem como Presidente da República, procurarei ser um Presidente diferente. Um presidente que inspire a mudança em cada um de nós. Um presidente que fala com clareza. Que une os portugueses em vez de os dividir. Um presidente imune às intrigas partidárias, à maledicência, à prática de “bota-abaixo” e da crítica e comentário inconsequente. Um Presidente que use a palavra com contenção, com significado, mas sem rodeios e com responsabilidade.
Para terminar, lanço-vos um desafio: vamos fazer parte desta mudança. Vamos alimentar este movimento por um Portugal melhor. Vamos mostrar que é possível acreditar de novo. Que a política é a maior das causas, mas que precisa de ser séria e credível. Que o futuro se constrói com trabalho, com estratégia e com ambição.
Conto com o espírito livre e corajoso da cidade Invicta, do Porto, o mesmo que quero levar comigo para Belém.
Portugal precisa de todos. E eu conto com todos nesta caminhada. Podem contar comigo.
Muito obrigado.
Viva o Porto!
Viva Portugal!