O candidato à Presidência da República, Henrique Gouveia e Melo, esteve em Braga e Guimarães, onde refletiu sobre o papel da Presidência e sobre a forma como os partidos têm exercido a sua função na democracia portuguesa.
Em declarações aos jornalistas, na Universidade do Minho, à margem uma visita ao supercomputador Deucalion, o candidato destacou que a política não deve ser encarada como “uma casta” ou um espaço exclusivo daqueles que fazem carreira desde as juventudes partidárias.
“A Constituição não reservou a Presidência da República para os partidos”, sublinhou, acrescentando que “a democracia não tem nenhuma casta política que tome conta dela, porque, se tivesse, já não seria democracia”.
Gouveia e Melo reagiu ao artigo publicado recentemente pelo antigo Presidente da República, Cavaco Silva. “Identifico-me com várias das qualidades e atributos fundamentais para o exercício da chefia de Estado como a independência, a coragem, a resiliência e a determinação”, e garantiu não se sentir minimamente afetado pela análise.
Esclarece ainda que não está na corrida para discutir perfis mas para ajudar a resolver os problemas que afetam o dia-a-dia dos portugueses: habitação, educação, saúde, impostos ou incêndios.
“Estou nesta corrida para discutir a poítica com P grande, a política que discute soluções para os problemas concretos dos portugueses” Gouveia e Melo destacou o papel essencial dos partidos no sistema democrático, mas deixou um apelo a que façam uma autorreflexão.
“Os partidos são importantíssimos para a democracia, mas têm de mudar a sua forma de estar na política. A forma como têm conduzido o seu percurso tem afastado a população, e isso é mau para a democracia. Se os partidos não perceberem que têm de mudar, serão mudados de uma forma que não é a melhor para a democracia.”
A visita ao norte do país foi também uma oportunidade para refletir sobre o papel da tecnologia e da inovação no futuro de Portugal. O candidato visitou o supercomputador Deucalion, um exemplo do potencial de desenvolvimento económico que pode ser alcançado através da aposta em ciência e conhecimento, e a empresa de logística Torrestir, empresa fundada em 1962, líder em transporte e logística, que emprega mais de 3 mil trabalhadores e gere uma frota de 1800 viaturas.