Discurso de Henrique Gouveia e Melo

Manifesto de candidatrura “Portugal com Rumo”

Caros amigos,
companheiros — muito obrigado!

Há momentos na vida de um país em que é preciso levantar a cabeça.
E este… é um desses momentos.

Sem vós, eu não estaria aqui, a dirigir-me a Portugal.
Agradeço-vos, de coração, o empenho, a dedicação e a esperança que colocam nesta candidatura.

 

PROMETO-VOS:
lutar por um Portugal diferente,
por uma democracia renovada,
por um futuro com ambição,
e por um horizonte de esperança!

PORTUGUESES,
Começo com uma pergunta simples, mas essencial:
Afinal, qual deve ser o papel de um Presidente da República?

 

Na minha opinião é Proteger, Acompanhar e Inspirar.

 

O PRIMEIRO — e o mais importante — é proteger a democracia e preservar a independência nacional.

O Presidente tem de garantir o regular funcionamento das instituições e reforçar a confiança da sociedade nestas.

Deve estar atento ao papel de cada poder — LEGISLATIVO, EXECUTIVO e JUDICIAL — assegurando que todos cumprem as suas funções com independência, sem interferências, e, acima de tudo, sem se submeter a interesses que não sejam o bem público.

A democracia exige uma rigorosa separação de poderes.
Cabe ao Presidente garantir que nada compromete essa perceção, nem abala a confiança dos cidadãos.

A Presidência requer independência, moderação e pragmatismo —
mas também valores, coragem e visão.

Vivemos tempos de guerra na Europa, de grandes transformações geopolíticas e económicas.

Precisamos de um Presidente que compreenda o mundo — que tenha uma visão clara, que domine os assuntos de defesa, e que saiba orientar o país com segurança e confiança.
Sem alarmismos, sem demagogias, acima de tudo com total transparência.

O Presidente não pode ser hesitante, nem um catavento, muito menos um demagogo ou populista.

Nestes tempos de incerteza, mais que nunca, o PERFIL do Presidente é determinante.

Nunca poderá vacilar perante o interesse nacional, nem ser refém de interesses instalados — sejam internos ou externos.

Nada tenho contra os partidos, são importantes na democracia,

Mas, se não ter ligações aos partidos é estar fora do sistema, então eu estou.

Se o sistema é a democracia, as instituições e uma sociedade livre, é claro que eu faço parte desse sistema.

 

O SEGUNDO papel do Presidente é acompanhar a governação — com exigência, com equilíbrio e com sentido de Estado.

O Presidente não pode ser o “cavalo de troia” de qualquer partido.
Não está na Presidência para dizer “sim” a tudo,
nem para derrubar governos à primeira oportunidade.
Está lá para defender os interesses dos portugueses!

Para exigir — em nome do povo — uma governação responsável, que resolva os problemas das pessoas e sirva o bem comum.

E QUE PROBLEMAS SÃO ESSES?
São os problemas da vida real:

  • a habitação e o custo de vida que se tornaram um drama nacional,
  • a saúde que se degrada,
  • a educação que perde talento,
  • uma justiça desigual e lenta,
  • e uma economia que ainda não valoriza o esforço dos portugueses.

 

Só com trabalho, persistência, investimento e boa governação se pode mudar o país!

Basta de improvisos! Basta de inação e de desresponsabilização permanente!

 

QUEREMOS MELHOR.
Exigimos um Estado que sirva os cidadãos
não um Estado que os asfixie com impostos, burocracias e indiferença.

É tempo de uma reforma séria da administração pública
que ofereça serviços de qualidade, mas também valorize quem serve o Estado.
É preciso promover mérito, autonomia e remuneração justa.

Devemos dignificar quem está na saúde, na educação, nas forças de segurança, nos bombeiros, na defesa, e em tantas outras áreas.

E devemos acabar, de vez, com a ingratidão perante os antigos combatentes, que deram tudo pela Pátria.
Um país sem memória e sem gratidão não constrói futuro!

Na habitação nenhuma família deveria gastar mais que 30% do seu salário, para viver com a dignidade e segurança necessárias.

Na Justiça, o mínimo exigível é equidade.

Mas esta, só cumprirá a sua função se for também acessível a todos e decidir em tempo útil — sem espetáculos mediáticos, nem fugas de informação, que mais parecem dirigidas por agendas nada relacionadas com os fins da própria da justiça.

Porque uma justiça em que o povo não confia, é um fator contribuinte para uma democracia enfraquecida.

Na Saúde, nenhum cidadão pode ser forçado a escolher entre tratar-se ou alimentar-se.
Enfraquecer o SNS seria um erro trágico, que poria em risco a coesão social.

E nas relações laborais, lembremo-nos:
as pessoas não são uma mera mercadoria transacionável, num mercado de oferta e da procura.
São o próprio tecido da sociedade. Devem ser o foco e o coração da economia.

Não posso deixar de falar da imigração — um tema quente que agita o país.
Devemos tratá-lo com informação e serenidade, nunca com medo ou ódio.

Portugal nunca foi um país de muros.
Foi sempre uma terra de encontros — e deve continuar a ser assim:  justo e humano.

Entre o “entra tudo” e o “sai tudo”, há um caminho de bom senso, inteligência e equilíbrio.

A imigração:

  • deve ajudar a nossa economia a crescer,
  • não pode servir, porém, para precarizar e reduzir os salários dos portugueses,
  • não pode gerar insegurança,

Quem vem viver connosco deve respeitar as nossas leis e a nossa história. Queremos uma sociedade, coesa e una num destino comum. E nós, portugueses, temos o dever de acolher com dignidade quem vem contribuir para o país.

Integrar deve ser a palavra de ordem.

 

Caros amigos,
O TERCEIRO papel do Presidente é inspirar o futuro!

Portugueses,
tenhamos orgulho na nossa história milenar,
no progresso que alcançámos,
no que somos enquanto povo!

Ninguém nos dobra.
Ninguém nos vence.
Somos o povo dos oceanos, o primeiro que globalizou o mundo.
Ousámos enfrentar o desconhecido — e vencemos!

Temos a geração mais bem preparada de sempre.
Somos uma democracia consolidada.
Em cinquenta anos, demos um salto gigantesco.
Mas não podemos parar.
Não podemos baixar os braços.

Ambicionamos ser mais prósperos — mas também mais justos.
Queremos paz — mas com liberdade.
Queremos um Estado moderno — que proteja, e não asfixie.
Queremos que os jovens possam realizar-se aqui, sem ter de emigrar.
Queremos envelhecer com dignidade, numa sociedade segura e humanizada.

As dificuldades que enfrentamos são apenas testes à nossa resiliência — e delas sairemos certamente mais fortes.

É, por isso, tempo de levantar a cabeça!
É tempo de acreditar outra vez!

Estou aqui convosco, para lutar por um Portugal melhor.
Juntos, somos imbatíveis!

Já o fomos na pandemia e em vários momentos da nossa história — e seremos sempre, quando o país precisar de nós.

Precisamos de um novo rumo, de união, de coragem —
e, acima de tudo, de ambição coletiva!

Não vejo a Presidência como uma reforma dourada de uma carreira política,
nem como um palco de vaidades e muito menos de intrigas.
Vejo-a como uma missão ao serviço de Portugal!

A política não é o “diz-que-disse”.
A política verdadeira é SERVIR.
É lutar pelos altos desígnios da PÁTRIA!

E é por me sentir LIVRE que aqui estou.
Disponível para servir Portugal.

Juro servir sempre o meu país
por todos, com todos!

Viva a esperança! Viva Portugal!

 

Henrique Gouveia e Melo
Lisboa
15 Outubro 2025