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Gouveia e Melo alerta para crescimento da violência doméstica e defende mudança cultural profunda: “A violência mais crítica é a que transforma as mulheres, nos seus próprios lares, em vitimas”

27 Nov, 2025

Henrique Gouveia e Melo assinalou, durante uma visita à APAV – Associação Portuguesa de Apoio à Vítima, a sua forte preocupação com o aumento da violência doméstica em Portugal, sublinhando a necessidade de uma resposta firme, estrutural e cultural.
O candidato à Presidência da República afirmou que “a violência mais crítica é aquela que transforma as mulheres, nos seus lares, em vítimas”, lembrando que este fenómeno continua a crescer e a atingir proporções alarmantes.

Em declarações aos jornalistas, frisou que os indicadores mostram um agravamento das queixas de violência, o que também pode refletir uma maior capacidade de denúncia. Ainda assim, reforça, trata-se de “uma preocupação que todos devemos ter enquanto sociedade”.
O candidato defendeu que Portugal enfrenta um desafio cultural profundo: “ainda somos muito machistas culturalmente e temos de perceber que é necessária uma mudança cultural profunda, que vai durar algumas gerações.”

Gouveia e Melo considera que só com uma transformação sustentada nos comportamentos e na forma como a sociedade encara estes crimes será possível reduzir a violência doméstica.

Afirmou ainda que a forma como alguns casos são julgados continua a refletir padrões que precisam de ser ultrapassados.

Os dados mostram a dimensão do problema: 2 em cada 10 mulheres sofreram algum tipo de violência na relação, e entre 2014 e 2024 as mulheres representaram sempre mais de 70% das vítimas de violência doméstica. Em 2024, quase 26 mil dos 60 mil crimes contra a integridade física registados em Portugal, cerca de 44,8%, foram classificados como violência doméstica contra cônjuge ou análogo.

A APAV acompanhou, só no último ano, quase 13 mil mulheres vítimas, num aumento de 11% nos últimos três anos, sendo 85% dos pedidos de ajuda relativos a violência doméstica.
O candidato reconhece que o combate à violência doméstica é uma prioridade nacional que exige políticas públicas fortes, justiça eficaz e, sobretudo, uma mudança cultural que transforme a forma como Portugal encara e combate este fenómeno.

Em caso de necessidade contacte:
116 006 (Linha de Apoio à Vítima, gratuita e confidencial